quarta-feira, 2 de março de 2011

Aprender a viver, aprender a morrer

“O momento da morte é o mais elevado momento da vida, aquele em que esta alcança sua mais elevada intensidade. O essencial é o 'morrer vivo'; não privar ninguém dessa ocasião de viver intensamente tal passagem.” [Jean-Yves Leloup]


Por variedades, formas e cores.
É delicada
Remete a pureza.
É como amor, desejo, sabedoria e luxúria.
Assim é a orquídea
Uma planta que cria raízes
Que envolve e desenvolve
O seu caule é forte, frágil, sensível e bela.

Assim podemos fazer uma analogia entre MORTE e VIDA!
Quando adoecemos somos cuidados pelas pessoas que nos amam,
Esse cuidado é dedicação
Deste ser humano para com outro,
É realmente ter compaixão.


Quando nascemos,
Crescemos
Somos cuidados
Nutridos.
Valores são ensinados.
Somos regados de sentimentos,
Desenvolvemos nosso pensar,
Sentir
E agir
E é nessa conexão
Nessa completude
Que nos desenvolvemos enquanto humanos.

A vida prega surpresas.
Nessa caminhada do desenvolvimento humano nos deparamos com a impotência
É o nosso desejo “salvar “ o outro por estar vivenciando uma situação de dor.
O desejo é tirar a dor com as mãos
Mas não podemos até porque não fomos criados para isso
Mas quando nos deparamos com a perda precisamos enfrentá-la.
E nesse momento que estamos cuidando daquela pessoa que esta doente,
Que está na eminência da morte
Precisamos tornar esta passagem mais leve.

Muitos precisam de um tempo para se preparar para morrer.
Ficam nesse vai e vem
Casa e hospital
E muitas vezes permanecem um tempo internados porque necessitam preparar-se para estar vivos
E também para que a família esteja preparada,
A libere para ir em paz.

Nesse cuidado
Para quem adoece há um aprendizado afetivo e espiritual,
Um aprendizado doído para o cuidador
Porque naquele momento
O de se compadecer dessa dor
E ser cúmplice no momento de partida
É demonstração de amor por este outro que esta ali naquele leito se preparando para morte.

Não sabemos quando,
Quanto,
Nem como será
Simplesmente o coração pára de bater e ocorre o óbito.

Muitas vezes as nossas flores estão secas,
Sem água,
Com uma terra dura,
Velha.
E aí precisa de água,
Precisa de uma terra boa,
Nova.

Não tem folhas
Está seco,
E aí de repente ela passa a ser cuidada por uma pessoa que é cúmplice
Se compadece daquela dor
É cuidada,
Mesmo sem saber cuidar
E quando ocorre o óbito nascem as folhas
As flores se multiplicam
Tamanho é o AMOR que precisa MORRER para permanecer VIVA!

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